Oficina de mobilização social contra a malária é realizada em Candeias do Jamari






Texto: Shyley Saissem Fotos: Joas Ferreira 
Numa parceria com a Prefeitura de Candeias do Jamari, a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e o Ministério da Saúde, realizaram esta semana, no auditório do Centro Cultural, a Oficina Municipal de Mobilização Social para o Controle da Malária.

O evento teve por objetivo apresentar as estratégias da campanha “Mobilização Contra Malária”, assim como conscientizar a população do município sobre os riscos da doença. A oficina ofereceu diferentes tipos de atividades, como debates, palestras e dinâmicas de grupo.

A oficina reuniu lideranças da comunidade, profissionais de saúde dos municípios e alunos do projeto Jovens Construindo a Cidadania (JCC). Durante a palestra, os participantes tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e trocar experiências. Também foram passadas informações sobre a forma de transmissão, os sintomas mais comuns, os métodos de diagnóstico, o tratamento e as ações de prevenção.

Gerlania Pereira de Sousa, que coordena o trabalho no município, destacou a relevância do diagnóstico precoce. “É importante iniciar o tratamento o quanto antes, pois evita o sofrimento do paciente e reduz a possibilidade de complicações em decorrência da doença. Além disso, impede que outros mosquitos se contaminem e que levem a malária para novas pessoas”, destacou Gerlania.

A coordenadora lembrou ainda que os pacientes devem completar o tratamento conforme a recomendação, pois a interrupção pode provocar a recidiva (recaída) da doença ou até o agravamento do quadro, além de manter o ciclo de transmissão ativo.

Outro aspecto tratado no encontro foi a instalação em 17 comunidades do município, de mosquiteiros/cortinados, que serão instalados em camas e redes. O material agirá como barreira física de proteção, além de possuir ação repelente por conter inseticida impregnado na trama do tecido, capaz de matar os mosquitos que tentam ultrapassar o obstáculo.

“Essa ação visa diminuir a morbidade e mortalidade por malária em Candeias do Jamari, que ainda concentra um alto índice de transmissão da doença a Amazônia”, explicou Gerlania Pereira. Por meio da ação, serão distribuídos 24,8 mil de mosquiteiros/cortinados impregnados com inseticida de longa duração.

A primeira fase da campanha foi marcada pela implantação do projeto em Candeias com a doação de duas Range 4/4 cabine dupla. E nesta segunda etapa consiste em conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença e sobre o início da instalação dos cortinados. A campanha almeja envolver o maior número possível de moradores dos 17 localidades atendida no município pela iniciativa. 

Malária - A malária é uma doença infecciosa aguda, causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium. A transmissão natural ocorre por meio da picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de um doente. O ciclo se inicia quando o mosquito pica um indivíduo com malária, sugando o sangue com parasitas (plasmódios). No mosquito, os plasmódios se desenvolvem e se multiplicam. O ciclo se completa quando estes mosquitos infectados picam um indivíduo, levando os parasitas de uma pessoa para outra.

Os criadouros preferenciais do mosquito transmissor da malária são coleções de água limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia brasileira. Em humanos, se não for tratada, a malária pode evoluir rapidamente para a forma grave e levar o indivíduo a óbito. Entre os sintomas, os mais comuns são dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios. O período de incubação varia de oito a 17 dias, podendo, entretanto, chegar a vários meses em condições especiais.

A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. A confirmação laboratorial é feita por meio do exame da gota espessa. O procedimento consiste na visualização, utilizando um microscópio, de possíveis parasitas em lâminas que contêm uma gota do sangue do paciente. Outro método é o teste de diagnóstico rápido, que pode ser usado em áreas remotas, onde o diagnóstico padrão (gota espessa) não existe ou não é possível de ser realizado.

Ainda não existe uma vacina disponível contra a malária. Contudo, algumas medidas de proteção individual contra picadas de insetos devem sempre ser utilizadas, principalmente nas áreas de risco. Essas medidas são: 1) uso de mosquiteiro/cortinado impregnado com inseticida; 2) uso de telas nas portas e janelas; 3) uso de roupas claras, camisas com manga longa e calças compridas durante atividades de exposição elevada; 4) uso de repelente, que deve ser aplicado nas áreas expostas da pele, seguindo-se a orientação do fabricante sobre o prazo para reaplicação do produto; 5) evitar locais de banho em horários de maior atividade do mosquito.

Estatísticas - A situação da malária no Brasil e no mundo. As estatísticas revelam a necessidade de se adotar ações para diminuir o número de casos. Atualmente, cerca 243 milhões de casos e 863 mil óbitos são registrados por ano em todo o planeta. As regiões mais afetadas são África, América do Sul e Ásia. No Brasil, 49 milhões de pessoas vivem em áreas de risco. Em 2010, o país registrou aproximadamente 310 mil casos confirmados, 4.500 internações e 79 mortes relacionadas à doença.

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